Análise

Otimização da UX para comércio eletrónico e bens de grande consumo

Análise

Otimização da UX para comércio eletrónico e bens de grande consumo


Embora os consumidores globais ainda não tenham adotado totalmente o comércio eletrónico em todas as categorias, o panorama para produtos alimentares e de beleza está em rápida mudança. 

Agora é o momento certo para melhorar a UX (experiência do utilizador) para reter e satisfazer os shoppers de bens de grande consumo através da criação de uma experiência dinâmica no website.  


Os shoppers do Reino Unido estão a transferir as suas compras para o meio online 

Para os consumidores online, a conectividade é um fator de estímulo significativo: melhorou a capacidade dos clientes para pesquisarem e compararem produtos e serviços, realçando a disponibilidade e preços dos produtos e impulsionando as encomendas e entregas de produtos nos locais e horários pretendidos. 

Os consumidores estão cada vez mais dispostos a expandir os seus comportamentos de compra na Internet, sobretudo para incluir produtos alimentares como bebidas alcoólicas e mercearias embaladas. Neste momento, até mesmo os perecíveis, legumes e carne estão a ganhar tração online. 

Neste setor de bens de grande consumo online, o Reino Unido parece ser aquele com melhor desempenho na Europa, com os shoppers a adotarem as tendências de compra online: 11% apenas compra produtos de mercearia online, por exemplo. Prevê-se que os vizinhos europeus sigam esta mudança nos próximos meses e anos, garantindo que o mercado alimentar nunca mais será o mesmo. 


Um mosaico de compradores online para deslumbrar 

Enquanto os fabricantes e retalhistas procuram capitalizar o comércio eletrónico, têm de compreender a utilização da Internet, o comportamento e os hábitos dos consumidores, assim como as diferenças entre cada grupo de shoppers. 

Independentemente do país, não há um tipo único de shopper pela Internet. Desde os “rookies” aos “digital natives”, na Internet encontra-se um amplo mosaico de e-shoppers. 

No Reino Unido, 42% dos shoppers pela Internet têm “raízes digitais”, um número muito superior a qualquer outro país europeu. Estes compradores pela Internet vivem “onlife”, ou seja, fazem a vida online e utilizam sempre a Internet em cada etapa do seu percurso de compra, aproveitando os dispositivos com ligação à Internet e a Internet das coisas (IoT, Internet of Things).  

No entanto, os retalhistas e fabricantes não podem capitalizar apenas estes nativos digitais, mesmo no Reino Unido. Entre outros grupos, os “Digital Bouncers” representam 1 em cada 4 compradores pela Internet e não podem ser ignorados. Estes utilizam a Internet antes e após a compra, mas o ato de compra do produto mantém-se offline.  

Compreender o percurso completo de cada grupo-alvo será fundamental para os players online. Estes procuram satisfazer as suas necessidades online, influenciar as suas compras offline e, em última análise, levar os consumidores a comprarem online. 

Tenha confiança no seu próximo passo em comércio eletrónico 

Este é o momento para garantir que tem a visibilidade mais abrangente do panorama atual e das suas oportunidades e que aproveita as potenciais oportunidades neste canal em constante evolução. 

Não precisa de procurar mais.  


Ativar os triggers certos 

Tendo em conta os diferentes tipos de shoppers, marcas e insígnias de retalho poderão segmentá-los com os triggers mais relevantes. 

Para a maioria dos shoppers, a conveniência é o principal facilitador do comércio conectado: estes procuram experiências descomplicadas que poupam tempo, reduzem os obstáculos e proporcionam uma experiência agradável. 

Implementar diferentes ativos pode fazer a diferença. Os processos que reduzem o desperdício de tempo, a oferta da entrega para compras de valor elevado, a resposta do apoio ao cliente e a variedade dos produtos são ativos que encorajam os consumidores a comprar produtos alimentares online. 

A vontade considerável dos consumidores para experimentarem diferentes opções de compra, pagamento e entrega também aumentam ao longo dos anos e criou uma experiência de utilização mais tranquila. 

Por outro lado, alguns fatores podem afetar a adoção da Internet, como: 

  • Uma oferta limitada de bens de grande consumo 
  • Impossibilidade de tocar e cheirar as frutas e legumes 
  • Dificuldade em encontrar os produtos de mercearia certos 
  • Frequência com que o stock de produtos está esgotado 
  • Falta de informação sobre os artigos 
  • Navegação confusa entre páginas 
  • Opções inadequadas relacionadas com o pagamento ou a consulta da encomenda 

Para Clément Colin, líder europeu de comércio eletrónico da NielsenIQ, os retalhistas e as marcas têm visões diferentes. 

“Os retalhistas que respondem às necessidades dos shoppers e oferecem funcionalidades relevantes irão aumentar a adoção do comércio eletrónico por parte dos consumidores em todas as categorias alimentares. No entanto, para os fabricantes, não nos podemos esquecer de que os compradores online são mais fiéis a um website do que a uma marca. Por conseguinte, podem estar interessadas em evitar os retalhistas e em obter acesso direto aos seus shoppers.” 


Chá em 10 minutos: Uma revolução para o utilizador? 

Embora tenham ocorrido diversos desenvolvimentos recentemente no mundo do comércio eletrónico, há um em particular que não pode ser ignorado: o aumento do “comércio rápido”. E se descobrir que lhe falta chá no momento em que os convidados tocam à campainha? Se começa a cozinhar o risotto e verifica que não tem cogumelos suficientes? Quer encomendar uma garrafa de vinho no táxi, quando está quase a chegar ao apartamento do seu amigo?  

A promessa pode parecer impossível à primeira vista, mas a Getir, a Gorillas e a Flink, entre outras, fazem entregas em 10 ou 15 minutos, graças ao horário de abertura noturno das lojas em diversas cidades europeias. Esta forma de “entrega rápida” do comércio eletrónico chamou a atenção no espaço de bens de grande consumo e prevê-se que seja disruptora das melhores práticas de comércio eletrónico habituais. 

O comércio rápido será a próxima grande moda? Veremos. 

“Qualquer que seja o tipo de comércio eletrónico, quando se cria uma relação com o shopper, o próximo desafio é ativá-lo,” acrescentou Colin. “Especialmente se as compras são realizadas com uma frequência específica. Desta forma, os intervenientes online transformam a experiência numa espécie de assinatura, que é definitivamente a melhor forma de reter o shopper.” 


Metodologia 

NielsenIQ Shopper Survey.  

  • O Digital Unplugged sente relutância em utilizar qualquer dispositivo digital e compra pura e exclusivamente online.  
  • O Digital Rookie utiliza a Internet, mas ainda com alguma desconfiança. A loja física é o seu ponto de referência, mas tenta mudar para o mundo digital apesar de usar tecnologia ultrapassada e de comprar principalmente através de um PC.  
  • O Digital Bouncer utiliza a Internet antes e após a compra, mas o ato de compra do produto mantém-se offline. 
  • O Digital Engaged utiliza a Internet sem qualquer problema (especialmente a partir de dispositivos móveis). Não se importa de utilizar soluções de pagamento novas e mais evoluídas. 
  • Os Digital Natives vivem “onlife”, ou seja, fazem a sua vida online e utilizam a Internet em cada etapa do percurso de compra, aproveitando os dispositivos conectados e a loT.