Os consumidores de hoje aproveitam a tecnologia para se reinventarem, no seu modo de vida e na comunidade onde estão inseridos, verificando-se uma alteração no seu sistema de valores – maior conetividade, liberdade, aceleração e intimidade
Estas são as conclusões da 20.ª Conferência da GfK – Influência da Tecnologia nos Novos Hábitos de Consumo, realizada no passado 14 de Abril no Museu do Oriente, que revelou que os consumidores apresentam uma nova forma de pensar sobre os seus hábitos de consumo.
- 54% dos consumidores não tem “paciência” para produtos tecnológicos complicados
- Elevado Défice de Atenção dos Consumidores apresenta-se como um problema para as marcas
- Agregados familiares cada vez com menos elementos. As tecnologias são uma das formas de colmatar este problema.
Os Consumidores estão num período transacional e a crise influenciou e continua a influenciar as suas atitudes e comportamentos. Os consumidores têm cada vez mais a necessidade de estar conectados e integrados com a tecnologia, cada vez mais eminente nas nossas vidas.
A tecnologia móvel cresce rapidamente nos mercados emergentes (22% nos mercados emergentes APAC e 18% médio Oriente e África). Destacam-se 3 blocos de construção da vida do consumidor:
- Liberdade (de ação/ pensamento): que se manifesta sobretudo na sua conveniência, simplicidade e controlo que os equipamentos proporcionam;
- Aceleração: Status Social do consumidor evolui com maior rapidez e de forma mais fácil e rápida de forma a encontrar “a sua tribo” através sobretudo das redes sociais;
- Intimidade: Agregados familiares cada vez com menos elementos. As tecnologias apresentam-se como uma das formas de colmatar este problema
Eletrodomésticos: uma perspetiva bastante positiva
O panorama internacional, nomeadamente as crises socioeconómicas (ex.: impacto da crise dos refugiados) provocaram um aumento da procura de eletrodomésticos (entre 0,2 e 1,0 %). A esta variável acresce ainda, pela positiva, o facto de se verificar uma melhoria no sentimento dos consumidores. Em Portugal, os eletrodomésticos são a área com maiores crescimentos, embora os pequenos domésticos tenham tido um 2.º semestre (2015) negativo.
Em 2015, na Europa, o peso das vendas online de eletrodomésticos foi de 12%, sendo que se verificou um crescimento sólido em pequenos domésticos com vários produtos a contribuir significativamente e altamente impactados por inovações e smart appliances. A conetividade assume-se entre os eletrodomésticos que facilitam a vida dos consumidores e colmatam aspetos emocionais (conforto, saúde e beleza), nomeadamente as Máquinas de Lavar Roupa, os Frigoríficos, as Escovas Elétricas, as Balanças WC, os Robôs de Cozinha, as Máquinas de Café e os Aspiradores, e perspetiva-se que o crescimento se mantenha.
O desafio para o futuro consiste em criar smart devices úteis e melhor integrados na vida dos consumidores, por forma a melhorar a experiência de vida dos utilizadores.
Todas as transformações que se têm verificado no mercado também revelam preocupações de sustentabilidade dos lares e, por isso, as etiquetas de eficiência energética são uma história de sucesso devido ao seu poder diferenciador.
Competitividade dos preços
Com o crescimento dos smartphones, os consumidores passaram a ter acesso a preços mais competitivos. A procura pelo melhor preço lidera as pesquisas realizadas na internet (72%), isto resulta do elevado número de retalhistas que comercializam produtos com características semelhantes, e que faz com que os consumidores queiram e necessitem de estar sempre informados, por forma a tomarem decisões informadas.
Em 2015: As Promoções bateram recordes
Nos últimos anos, o setor retalhista de base não alimentar, com operação na Europa Ocidental, perdeu 53 mil pontos de venda. Por sua vez, a importância das vendas online no mercado dos produtos tecnológicos para o lar, na Europa, não pára de crescer (21,7%, em 2015).
No que diz respeito às promoções nos mercados tecnológicos, em 2015, verificaram-se mais de 400 promoções, um número que tem vindo a crescer desde 2011. Em Portugal, as Campanhas tiveram o seguinte perfil – Online, Desconto Direto e “Todas as Áreas” (incluindo a totalidade da loja ou com produtos das várias áreas de negócio).
Apesar da existência de menos pontos de venda verificou-se que a experiência com o retalhista/ marca aparece como a mais valorizada pelos consumidores, o que revela que os consumidores continuam a dar muita importância às lojas físicas. Perspectiva-se ainda que o retalho móvel ganhe importância no futuro, e que em Portugal o reforço do online aconteça, apesar de lento até agora. As áreas com maior crescimento previsto para 2016 são: Eletrónica de Consumo, Telecom e Grandes e Pequenos Eletrodomésticos, já de forma inversa as que prevêem menor crescimento são: Informática, Fotografia e Entretenimento.
Digital World: O que os consumidores esperam da tecnologia?
dos Smartphones tornaram o acesso à internet mainstream. Estima-se que em todo o mundo sejam vendidos 1.400 milhões de unidades de smartphones em 2016. O consumidor conectável necessita de ecrãs maiores, tendo aumentado 38% (face a 2014) o número de smartphones vendidos com ecrãs maiores ou iguais a 5 polegadas.
A utilização que os consumidores passaram a dar aos smartphones quando estão em loja reflete-se sobretudo ao nível de: comparação de preços (40%), contato a amigos/ familiares a pedir conselhos (40%), fotografar os produtos (36%).
Em 2018, a GfK estima que quase 52% da população terá um smartwatch. E que até 2017 se verifique uma canibalização dos tablets pelos phablets. Já a televisão apresenta-se não só como um hub de entretenimento, como também um hub de emoções.
Os consumidores mantêm uma relação bidirecional com as suas TVs, atualmente, já podem fazer uma série de outras coisas sem ser só ver TV, tais como: fazer compras, desporto ou comunicar e por isso espera-se que o 4K e o OLED sejam os produtos que mais cresçam em 2016.
No que respeita à Smart Home, 9 em cada 10 consumidores sente-se familiarizado com a expressão, revelando 58% interesse em comprar um produto de smart home nos próximos 2 anos, sendo que apenas 14% afirmam a verdadeira intenção de comprar.
Esta divergência de valores reflete alguns receios por parte dos consumidores, tais como: Custo de Aquisição (33%), Preocupação com os Dados (24%), Desconhecimento dos produtos (23%) e Preocupação relativa à sincronização dos vários equipamentos (19%).
Pode ver aqui o vídeo da 20ª Conferência GfK – Quem é o “Consumidor Conectado” (cortesia “Imagens de Marca”), com alguns dos momentos da conferência e com as principais conclusões das várias temáticas abordadas, através das entrevistas realizadas aos oradores.