NIQ Retail Spend Barometer
Portugal
NIQ Retail Spend Barometer: o consumo de FMCG e T&D em Portugal no terceiro trimestre de 2024
- As vendas combinadas de Bens de Grande Consumo (FMCG) e Tecnologia e Bens Duradouros (T&D) cresceram 7,3% em comparação com o mesmo período de 2023, totalizando 6,5 mil milhões de euros
- FMCG teve um crescimento de 8,2%, refletindo a mudança de consumo para refeições em casa devido ao aumento dos preços na restauração.
- T&D registou um crescimento de 2,9%, com uma recuperação gradual após períodos mais desafiantes, embora ainda abaixo do desempenho de FMCG no trimestre
No terceiro trimestre de 2024, o consumo total em Portugal nos setores de Bens de Grande Consumo (FMCG) e Tecnologia e Bens Duradouros (T&D) cresceu 7,3% face ao mesmo período do ano anterior, atingindo os 6,5 mil milhões de euros. Este aumento foi impulsionado pelo impacto da inflação nos preços e pelo crescimento do volume de vendas, refletindo tendências como a conveniência na alimentação e o aumento da procura por marcas próprias
FMCG em Portugal: Conveniência e marcas próprias impulsionam o crescimento
No segmento de FMCG, registou-se um crescimento de 8,2%, impulsionado pela transição dos consumidores para refeições preparadas em casa, devido ao aumento dos preços na restauração. Produtos como massas frescas (+18%), vegetais congelados (+2,9%) e refeições prontas refrigeradas (+4,5%) lideraram este crescimento. Paralelamente, os consumidores mostraram maior adesão a marcas próprias, especialmente em categorias essenciais, reforçando a competitividade destas face às marcas tradicionais. Esta tendência também está associada a um maior foco na conveniência, com refeições rápidas e práticas a ganharem destaque nos padrões de compra
T&D em Recuperação: Compras planeadas e inovação tecnológica no foco
O setor de T&D apresentou um crescimento mais modesto de 2,9%, refletindo uma recuperação gradual num mercado que permanece desafiante. Os consumidores têm priorizado compras mais planeadas, destacando-se a procura por eletrodomésticos e produtos de melhoria do lar, como soluções DIY. Paralelamente, a crescente valorização de produtos tecnológicos inovadores e de qualidade também contribuiu para o desempenho do setor. Este equilíbrio entre cautela no consumo e investimentos estratégicos reflete as prioridades de adaptação dos consumidores a um cenário económico em mudança.
“As tendências no mercado de grande consumo em Portugal refletem uma mudança significativa nos hábitos dos consumidores. Por um lado, temos o impacto da retração do consumo fora de casa, que levou muitas famílias a optar por refeições rápidas e práticas em casa, impulsionando as vendas de componentes e refeições refrigeradas e congeladas. Por outro, a crescente preferência por marcas próprias, que combinam preço acessível e qualidade, está a transformar categorias como beleza e cuidados pessoais, onde os consumidores estão cada vez mais a privilegiar soluções económicas sem comprometer o valor percebido.”
Ana Barbosa, Retailer Vertical Director na NIQ em Portugal
“Esperamos um aumento significativo nos gastos durante o quarto trimestre, tanto no segmento FMCG como T&D. A Black Friday e a época natalícia vão impulsionar fortemente as vendas. No entanto, a sustentabilidade continua a ter um papel secundário no comportamento dos consumidores.
Os portugueses só aceitam pagar mais por produtos ecológicos se estes apresentarem outras vantagens associadas.”
Pedro Oliveira, Retail Manager – Tecnologia e Bens Duráveis na NIQ/GfK em Portugal